quarta-feira, abril 26, 2006


ESPELHO
Silvia Plath

Agora sou um lago.
Uma mulher se dobra sobre mim
Buscando na minha superfície o que ela realmente é.
Então ela se vira para aquelas mentirosas,
as velas ou a lua.
Vejo suas costas e as reflito fielmente.
Ela me recompensa com lágrimas e um agitar das mãos.
Sou importante para ela. Ela vem e vai.
A cada manhã é o seu rosto que substitui a escuridão.
Em mim ela afogou uma menina, e em mim uma velha
Se ergue em direção a ela dia após dia, como um peixe terrível.