Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Algũa cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.(1)
1 – Soneto 48 - Este belo soneto aproxima-se do soneto XXXVII de
Petrarca, mas o de Camões é de mais pura espiritualidade e mais
penetrante melodia. Segundo o manuscrito da VIII Década de Couto,
existente na Biblioteca Municipal do Porto, foi ele inspirado pela
rapariga oriental que naufragou com o Poeta na foz do Mécon, ali
morrendo afogada.
2 comentários:
obrigada por atender minha solicitação.
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