quarta-feira, abril 26, 2006


ESPELHO
Silvia Plath

Agora sou um lago.
Uma mulher se dobra sobre mim
Buscando na minha superfície o que ela realmente é.
Então ela se vira para aquelas mentirosas,
as velas ou a lua.
Vejo suas costas e as reflito fielmente.
Ela me recompensa com lágrimas e um agitar das mãos.
Sou importante para ela. Ela vem e vai.
A cada manhã é o seu rosto que substitui a escuridão.
Em mim ela afogou uma menina, e em mim uma velha
Se ergue em direção a ela dia após dia, como um peixe terrível.

3 comentários:

Lúcia disse...

Gusta,
Fiz uns ajustes no meu blog e agora estou com banda larga. Agora nossos encontros serão mais frequentes.

Saramar disse...

Gusta, que lindo esse poema!
E como é duramente verdadeiro!
A juventude se foi e essa estranha realmente assombra os dias.
Belíssimo.

Beijos

Paulo Roberto de Almeida disse...

O seu blog é um encanto para os olhos, mas sobretudo para uma felicidade para a alma. Adorei visitar e percorrer todos os posts, pelas imagens e pelos poemas.
Paulo Roberto de Almeida